
Poderia ser uma história como outra qualquer, mas não era. Eles já haviam se encontrado algumas vezes, o destino já os havia colocado lado a lado, sem nunca perceberem. Mas quando se enxergaram, foi inevitável não notarem como eram parecidos mesmo sendo tão diferentes.
A atração foi imediata e apesar de improvável, o amor aconteceu. Não havia no mundo o que pudesse separá-los, pois, ele sabia quando e ela sabia onde poderiam, um dia, ficar juntos.
Ela olhava para ele e não compreendia como podia viver em função de rotinas e prazos. Como podia nunca parar para contemplar as estrelas, nunca parar para pensar no sentido do que fazia. Nunca parar para pensar se realmente havia algum propósito naquele ritmo frenético em que batia seu coração.

Ele vivia o presente, esquecia facilmente o passado e não pensava no futuro.
Muito sensível e detalhista — e já há tanto acostumada à solidão —, ela não entendia como foi se apaixonar de forma tão profunda por ele, o apressadinho.
Ela seguia seu rumo sem muito questionar, encarando as tortuosas marés da vida com coragem e ousadia. Sempre sem pressa, apenas seguindo fluxos. Queria apenas navegar, e contanto que o propósito de se manter firme e constante fosse cumprido, nada mais lhe importava.
E mesmo em meio a tantos encontros e desencontros, e tantas diferenças eles amaram-se muito, do raiar do sol às madrugadas de todas as primaveras, verões, outonos e invernos que já ouvimos falar.
Amor cíclico e infinito, que ele sempre teimava marcar em horas, minutos e segundos, e ela sempre fiel ao seu lado, apontando a direção onde este amor era possível acontecer.
30/MAIO/2019
Comments