Gosto muito deste filme, o livro ainda não li. Acho delicado, sensível, uma história que conversa com várias partes minhas. Consigo enxergar a mim mesma em muitos momentos.
Comer, rezar, amar: três verbos e a trajetória tão bonita de autoconhecimento de uma mulher.
Em alguma parte do filme uma frase é dita, e nunca a esqueci.
"É intimidante quando um estranho vê você mais claramente do que você vê a si mesmo."
Acho que estas palavras me marcaram tanto, porque apesar de precisar de muita ajuda, sempre tive dificuldade em aceitá-la. É um paradoxo, né? Precisar de algo e não conseguir receber.
Isto me lembra outra palavra que é repetida no filme, outro verbo: "Attraversiamo"/ Atravessar.
Palavra linda, e que faz muito sentido, pois para permitir que alguém olhasse para mim precisei atravessar meus próprios limites.
Se fosse possível alargar o significado destas três palavras, fazendo uma caber dentro da outra, na mesma ordem e mesmo assim tudo fazer sentido, na minha versão ficaria assim:
COMER, REZAR, AMAR.
COMER, ALIMENTAR-SE, NUTRIR-SE.
COMER é apenas COMER, um reflexo de sobrevivência que mantém nosso corpo funcional e muitas vezes "alimenta" as carências da nossa alma.
REZAR é ALIMENTAR-SE, alimentar o corpo, a alma e o que há de mais precioso em nós que é a nossa fé: esse amor maior que nos guia e conduz a "atravessar" a vida com mais força, leveza e alegria.
AMAR é NUTRIR-SE. Nutrir-se de todas as formas possíveis e imagináveis. A nutrição é a forma mais profunda de amor que você pode oferecer a si mesmo e ao próximo.
Esta tem sido a minha travessia, aprender a nutrir a mim mesma de formas que jamais pensei ser possível.
E, isso aconteceu somente quando permiti que alguém olhasse verdadeiramente para mim. Olhos atentos e amorosos de duas mulheres, tão diferentes e tão parecidas ao mesmo tempo.
Termino essa conversa com a fala final deste filme que gosto tanto, e é um convite muito desafiador:
"Vamos atravessar?"
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