O encanto era tanto que ele parecia ser perfeito, ou quase perfeito.
Olhando de longe, cavalheiro de brilho reluzente. Linda armadura de prata moldava suas espáduas. De muitas batalhas e jornadas sem fim, trazia no corpo e na alma as marcas de todas as andanças.
Um passo em minha direção e me deparo com a expressão grave de quem tenta esconder os olhos do menino que sonha, e sempre sonhou — mal sabe ele que o menino ocupa toda sua alma, desde o ímpeto mais audaz ao mais primitivo medo.
Contava as mais lindas histórias sobre o passado que vinha antes mesmo do passado existir. E eu gostava de ouvi-lo, observando seus olhos transcorrerem o tempo como se pudesse ter ele mesmo estado em todos os lugares.
Era como se segurasse em suas mãos as areias de todas as eras, dando as pausas necessárias para que tudo pudesse ser, enfim, compreendido.
Não importa quantas luas passem, não importa o quanto a água mova-se ligeira pelos leitos macios dos rios. Sempre irei encontrá-lo em meus versos, em todas minhas linhas e entrelinhas.
Encantado e perfeito em cada imperfeição, é assim que sempre o verei e guardarei silenciosamente nos meus sonhos.
13 - VIII - 2019
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